SPFW #4: Retorno de Paula Raia, artesanato português na Maria Bonita, Água de Coco defende arte para todos, novos anos 20 por Priscilla Darolt e o balneário hippie da Cia Marítima

Para sua primeira apresentação no SPFW depois do fim da Raia de Goeye (da qual era sócia de Fernanda Goeye), Paula Raia escolheu um espaço acolhedor e seguro: sua casa. Sem grandes nomes no styling, tampouco na música, a estilista mostrou peças leves, mas com detalhes em drapeados e aplicações, e outras mais estruturadas que faziam o contraponto de saias e calças fluidas e transparentes. Apesar de não ter encontrado nenhuma referência ao tema da coleção, não paro de pensar nas cores das vestimentas dos indianos toda vez que vejo as fotos do desfile, principalmente por causa do laranja vibrante, do coral e do vinho. Será coincidência ou intuição fashionista?  

Danielle Jensen, da Maria Bonita, foi beber nas águas do artesanato português para criar uma coleção rica, vibrante e fresh ao mesmo tempo, enfim, nada óbvia. A tapeçaria, os bordados e os famosíssimos azulejos lusitanos foram bem representados. Principalmente esse último, nos recortes a lazer em diversos formatos (em calças, blusões, casacos, vestidos e barrados). Cartela de cores nota 10!! Modelagem nota mil!!! A arte de Portugal reescrita com o melhor da bossa tupiniquim.


A arte também foi a inspiração da equipe de estilo coordenada por Liana Thomaz na Água de Coco. Fotografias de paisagens foram transformadas em estampas, biquínis ganharam recortes inusitados, com dobraduras e fendas, vestidinhos minis roubaram a cena. Destaque para a ótima composição de cores das listras, o color blocking, o maiô com recorte central no busto (que se eu fosse você não usaria para conseguir um bronze...) e para o tecido "gelatina" com transparência e efeito molhado que funcionou super bem na passarela - não sei na real life.

Sabe aqueles objetos que imediatamente instigam o nosso tato? As roupas criadas por Priscilla Darolt também têm esse dom. Texturas, tingimentos artesanais, transparências e silhueta clean, com tubinhos que iam até o meio das pernas (mimolet) foram os highlights da coleção inspirada em ilustrações da década de 20 e o visual de Josephine Baker (primeira negra a fazer sucesso no showbuzz, ela era atriz e fazia ótimas performances de dança. Me lembro muito de uma em que ela usava saia de bananas e muita pouca roupa, lá pelos idos de 1920. Nunca vi ninguém rebolar tanto e tão rápido! Em outra oportunidade posto esse vídeo dela).  

Patrizia Simonelli e Marcela Sant'Anna traduziram a vibe dos Balneários Mediterrâneos, mais uma boa dose de inspiração 70's, numa coleção super comercial embora, convenhamos, algumas coisas nem tão usáveis assim. Trade mark da Cia Marítima, as estampas de leopardo e píton (em cores deslumbrantes) continuam. Lindas também as blusinhas de chiffon e algodão em tie-dye, que vão bem até com um bom jeans flare, e as clutches molinhas com franjas.

Hoje tem mais queridos fashionistas, e a agenda está lotadíssima. Anotem:

11h - Alexandre Herchcovitch (masculino)
12h30 - Neon
15h30 - Ellus
17h - V. Rom
19h - FH por Fause Haten
20h15 - Adriana Degreas
21h30 - Lino Villaventura

Divirtam-se!!